AMIGO
AMIGO
Amigo meu
Faço-te ser eu mesmo
E fazes-me ser tu
Neste mundo só te tenho para me substituir
Se eu tiver que ir longe
Jamais te esquecerei
A tua não posso ter, nem o contrário
Mas te aceito como irmão, como um parceiro e com tudo…
Vamos lutar com a vida
Atrás das calçadas do Profeta Maomé estamos
E havemos de chegar onde esteja
Bem haja!
Alfecene Mané
REGRESSO À LIBERDADE
Regresso à liberdade
A liberdade que suscita a incerteza
A emancipação das Terras dos nossos avós
Regresso à liberdade
A liberdade implantada Por Cabral
A liberdade procurada e regada
Com sangue e suor do povo guineense
Sob tortura, massacre, miséria, fome
Ai minha liberdade!
Não ouso dizer mas
Não te queria assim
Ministrada pelos que continuam a pensar
Que a liberdade é apenas àquela que conquista com armas
Àquela económica não é
Àquela política muito menos
Ai mi há liberdade!
Continuo a chorar por ti
Não correspondeste com àquela que o meu ti KUMORCÊ me contava
Àquela que Cabral sonhava
Não ouso falar mais da liberdade do povo de Cabral
A liberdade que fez perder a vida
Daquele que era o único olho da família
Ó povo guineense
O povo que sabe sofrer
Em busca da liberdade
Alfecene Mané
A NOITE DE DESÂNIMO
Oh homem!
Quer fazer desse lar o lugar de disparate
Porque pensas efectivar-se
Não!...
Efectivo ninguém é nesse lar de Cabral
Oh homem!
Mude de ideias
O teu lar definitivo é a tua casa
O teu uniforme é para todos os cidadãos
Se hoje é tua vez, amanhã será de outrem
Oh homem!
Substituíste hoje e serás substituído amanhã
Filho do Partido Africano…
Já és velho, homem
Jovens intelectuais querem render-te homenagem
Alfecene Mané
A VIDA
Se é assim a vida
Como vi as pessoas passarem no neste Mundo Contemporâneo
Não quero existir
Vendo coisas fáceis de traçar
Que não são traçadas com uma régua T
Só por serem Senhores absolutos
Nem se lembram que não surgiram espontaneamente
Não recordam que só Deus é absoluto
Sendo:
Não quero ouvir mais neste Mundo
Se é que me entendem
Murmúrios, mesquinhos ou se eu soubesse
Das pessoas sofridas
Só porque não querem prontificar
O que os impotentes antagonizam
A vossa maneira de pensar sob absolutismo
Vendo coisas fáceis de resolver
Serem ignoradas, como cegos
Antagonismo traz o desenvolvimento
Mas fazer de cegos aqueles que vêem mais do que tu
Que quer dominar o Mundo
Não quero existir
Se é assim a vida
Alfecene Mané
TUDO MUDOU
Mudaram-se os tempos
E chegou a hora de seguir a evolução
Ocupando um posto mais activo da sociedade
E na intimidade do lar
Tudo mudou porque ontem não ousava levantar a cabeça
Enquanto à minha frente um monstro me entroncava a porta
Tudo mudou porque ontem era só balançar a cabeça
Pelo sim Senhor
Do Senhor monstro de um “udju” que se julgava invencível
Hertzen, tudo mudou
Pelo sim ou pelo não
Temos o direito de ser
Alfecene Mané
A VIDA ORA É TRISTE
Ontem era um homem sossegado
Pensando sempre num futuro cada vez melhor
Num futuro sombreado de árvores com folhas transparentes
Porque só via nesse futuro um enorme cansaço
E não valia a pena pensar nele
A verdade estou explicando
Hoje, como sou!
Debaixo de obscurantismo bem pior do que esperava
Que sempre me conduzia sozinho
Hoje, como estou!
Ora ferido no coração com palavras apunhaladas
Com pêlos de porco-espinho que ninguém ousa acarinhar contrariamente
Que não permite dar um passo
Por que as suas lanças não escolhem a direcção certa
Como serei irmãos?
Olhando para trás só vos vejo de olhos em mim
Com caras amortecidas pingando
Enfim, lágrimas de esperança
Devem estar fatigados com a vida
Mas o mundo é redondo
Também estou cansado
Talvez não sabem que a vida é sempre ladeado
De sacrifício, de luta para vencer e espezinhar toda a tristeza
Nesse mundo de cabeça por cabeça
A VIDA DE UM ESTUDANTE
A vida é uma alegria, uma tristeza
Um caminho longo com curvas estranhas
É um fardo pesado que quebra o pensamento do homem
A vida…
É uma tristeza na alegria
Um sonho que foge como um fumo que voa no vazio
Ela é feita de momentos fáceis e difíceis
A vida…
A vida é uma esperança
Uma encomenda de Deus
Um tesouro invejável
Uma promessa feita de alegria e tristeza
Às vezes, um obstáculo repentino
Para sacrificar e ter esperança
Alfecene Mané
COITADO HOMEM
O homem coitado
Morreu nervosíssimo sem poder contar ao seu povo
O que sempre queria contar
Da sua inteligência cobiçada pelo mundo fora deixaram fugir
Que jamais ninguém terá
Homem coitado
A sua memória merecia ser estudada!
Foi com ela e nunca mais volta
De um filho de “Djintys coitados” não tem piedade
Na era de sou eu quem manda
Alfecene Mané
UMA NOVA GERAÇÂO
Com um período longo de tristeza
Com a família agonizante
Tudo se arruinou subitamente
Lembro-me dos velhos tempos da outrora
Quando éramos uma família versátil e indomável
Não se pensava em perda de prestígio
É a vez de uma nova geração substituir
O longo período de tristeza que tem enfrentado
Se não pensarmos nisso
Que o dia nem sempre é igual a noite
Não acreditamos na existência de Deus
Quem não pode retomar a sua forma?
Quem não pode ser que ele é?
Desde que a luta pela sobrevivência não possa parar
Há existência de vida
A MULHER DE FRRO PRETO
A mulher de ferro preto
Pediu a esmola no Djemberem de inferno
Para conseguir uma Mandidja que quer usar como outras
Para se considerar gente de bem
Não conseguiu!
A mulher de ferro chorava dias e noites
Andava de Djemberem em Djemberem
Em busca de quem a acudia
Como as mãos de sal na água
A mulher de ferro preto continuava a chorar!
Mas ela viu as suas lágrimas serem limpas
Por uma amiga alta e preta que estava a espera que Deus lhe dissesse:
Entrega-a as tuas tão bonitas
A mulher de ferro preto
Sorriu, quando viu a amiga cumprir a palavra de Deus
Mas, com lágrimas a pingar nos seus olhos
A ver a amiga deixar-lhe as mandidjas e
Deixar o mundo para sempre!
Alfecene Mané
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