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Tuesday, January 27, 2009

DJATAKOUNDA

DJATAKOUNDA

Quero desabafar o meu coração
Das ofensas, das intrigas dos melhores homens do mundo
Daquele homem da minha terra

Quero desabafar o meu coração
De todos os sacrifícios tido desde ontem até hoje
De todo o vaivém
Que fazia desde ontem até hoje

Quero desabafar o meu coração
Porque já não suporto ver e ouvir
Que ontem era elefante e hoje um ratinho
Que ontem era ratinho e hoje elefante
Que entende isso que me diga

Só quero desabafar o meu coração
Porque ser ontem aquilo e hoje outro
É porque já não há confiança nem confidências íntimas
O remédio é esquecer tudo e desabafar o meu coração


AMANHÃ, COMO SERÁ

Os meus passos levaram-me a Universidade
Quase sem que disso apercebesse
Ao olhar para eles lembro-me de nós dois

Tínhamos só sonhos, entusiasmo
Mas estávamos, sobretudo, apaixonados
Gosto de todas as pedras
De todas as coisas desta cidade
Se não mudares de ideia

Não me ia embora daqui ne por todo outro do mundo
Se não mudares de ideia
Se não pensares na amanhã, como será

Quero viver numa cidade grande
Quero mexer-me e tornar-me alguém
Mas só contigo serei feliz

As correram diversamente
Quem teria podido imaginar…
Só aprendi apenas ver as coisas de perspectivas diferentes
Por isso, sempre sou errado
Alfecene Mané


SINTO-ME FATIGADO

Sinto-me fatigado porque assim nasci
Também nasceu assim a minha geração

Sinto-me apunhalado porque ouvi o que não queria ouvir
Sinto-me afundado no pacífico porque não quis o que queriam obrigar-me
Sinto-me afogado porque não posso dar fôlego no fundo desse mar
Não viram o que vi porque são do sim senhores
Só ontem e hoje existem para vocês
E amanhã?

Sinto-me magoado porque rasgaram com uma lâmina
Uma parte do meu coração que querem transformar em cinzas
Porque me mataram a pensar desde ontem até hoje
Basta!...
Alfecene Mané


DJUNNY MANKY


Depois de momentos difíceis e fáceis
O pacienceiro sabia que ia para longe
Que ia para onde nunca estivera
Que ia usufruir de alguma fortuna
Que ia tirar a sua família daquela muralha intransitável

Sabia que era longe o engano
Era longe discutir fosse que fosse ou não fosse
Era longe adivinhar que ia perder aquele ouro
Era longe reparar a cor preta e branca

Àquele que tinha na mão o ouro da esperança
Depois de momentos difíceis e fáceis reparou que
Já não era longe ver entre os seus lábios
Aqueles dentes de marfim mudarem de carvão

Já não era longe reparar que o seu coração se transformava em granito
Já não era longe adivinhar, discutir que ia perder aquele ouro

E depois…
Tinha de ser como foi
Alfecene Mané

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